O Objetivismo de Ayn Rand

Primeiro foram as incoerências, seguidas das inquietações. Depois chegaram os comentários e as páginas de livros. Esses evoluíram para debates incansáveis e mais e mais leituras. Até que, juntando cada um daqueles pedacinhos, aquela vírgula, aquela página, João finalmente entendeu que suas escolhas, sua vida e sua liberdade só podiam pertencer a ele e a ninguém mais.

A primeira incoerência foi falarem para João que ele deveria trabalhar conforme sua capacidade, mas que deveria receber conforme sua necessidade. Como assim, ele se perguntava? É errado que eu receba por aquilo que produzi? Deveria me dedicar mais pelo outro do que para mim mesmo? Sou mau por não querer dividir com aqueles que não comungam dos mesmos valores que eu?

A inquietação veio logo depois. João estava confiante, sairia de um longo dia de trabalho, passaria no mercado e compraria o chocolate preferido de sua esposa! Mas naquele dia, não encontrou o chocolate e resolveu questionar a falta. Logo lhe explicaram de forma bastante simples: os moços de Brasília, eles falaram que aquele chocolate não era bom , não: não poderemos mais vendê-lo! Ele não cumpre as exigências dos senhores! As inquietações começaram logo em seguida: será que eles sabem mesmo o que é melhor para mim? Eu não tenho mais o direito de escolha?

O primeiro comentário veio em uma mesa de bar. “Jamais viverei por outro homem e nem permitirei que outro homem viva por mim”, disseram. Aquilo instigou João de tal forma a fazê-lo ir em busca de mais. E foi nas páginas daquele primeiro livro que ele entendeu algo. Muitos dos que anseiam pela distribuição conforme as necessidades, acreditam que sempre haverá alguém mais capaz. Mas eles se esquecem de que sempre haverá alguém não tão virtuoso, menos capaz e menos disposto. Entendem, também, que não há virtude alguma em receber algo imerecido ou em se autossacrificar por outrem.

Foi também nesse livro que João entendeu algo ainda mais importante. Da mesma forma que ele trabalha diariamente por suas conquistas materiais, deveria também trabalhar por suas conquistas morais. Isso significaria não aceitar mais honras nem culpas imerecidas, não se resignar diante da imperfeição de seu caráter moral e cultivar diariamente seu amor próprio.

E, por fim, naquela vírgula, daquela página, veio a principal lição. A busca pela felicidade passa pela identificação de valores, pois são esses que nos direcionam para o encontro dos objetivos de vida. A felicidade, portanto, será conquistada por meio do alcance das metas estabelecidas. Foi assim, então, que João entendeu que sua vida e sua liberdade estavam em suas mãos. A partir daquele momento ninguém mais poderia pará-lo.

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Revisado por Matheus Pacini.

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