O egoísmo empresarial é uma forma de “caridade”?

Desde a escola, fomos acostumados a ouvir que o egoísmo é ruim e que “devemos repartir”. Em meio a ideias de socialização, de um “sentimento de comunidade”, somos levados sempre a olhar o próximo, como se ninguém pudesse ser feliz enquanto existirem condições adversas – como se a felicidade fosse um estado coletivo e o individuo devesse focar sempre em algo além de si. De fato, em uma economia de mercado, o indivíduo deve levar em conta mais que a própria existência, mas não da maneira que os coletivistas pregam.

Em uma economia livre, o individuo raramente age isolado. Se desejar, ele até pode comprar um sítio e ser autossuficiente – só que, pela baixa especialização do seu trabalho, o seu nível de renda será possivelmente mais baixo. Imagine não só produzir todos os itens de consumo, mas também todas as ferramentas necessárias: as colheitas nesse sítio seriam mais difíceis e menos produtivas. Certamente, em termos materiais, uma vida isolada será mais pobre.

O fato de o homem viver em sociedade e trocar valores não significa que tenhamos de ser coletivistas, ou olhar caridosamente para o próximo. Pelo contrário, a economia de mercado permite o afloramento extremo do individualismo – marca da sociedade ocidental e grande responsável pelo nosso progresso. Ao agir de modo egoísta, o empresário de qualquer setor beneficia a si próprio e aos outros provendo itens de consumo para venda. Ao se pautar em suas necessidades, o empresário beneficia todos os consumidores!

O individuo, ao agir, pretende atingir fins que lhe pareçam mais satisfatórios – ele, quando egoísta racional, busca a melhoria de sua condição através de suas ações. Como realizamos trocas, nada mais natural que olhemos para os outros. Ao investir em uma indústria de automóveis, o empresário tem necessariamente que proporcionar, aos consumidores, produtos que eles desejam, ou todos os seus esforços serão infrutíferos.

É precisamente o egoísmo do empresário que investe em uma empresa pensando em maximizar o retorno do seu capital que faz com que outros indivíduos tenham suas necessidades atendidas, e melhorem as suas condições. O produtor de automóveis em nenhum momento precisa levar em conta a sociedade, já que ao desenvolver/melhorar seu processo produtivo e usar a sua perspicácia empresarial, ele naturalmente está contribuindo para que as vidas dos outros melhorem – um jogo de ganha-ganha típico dos sistemas livres, ao contrário do que diz/prega a teoria da exploração marxista.

Com base em um dos diferentes argumentos coletivistas (o país, a raça, a classe social, etc.), o egoísmo dos indivíduos é constantemente atacado, como se fosse um erro, ou uma maldade, agir conforme seus próprios desejos. Nada mais errôneo. A imoralidade não está no egoísmo, mas em todas as formas de coletivismo! Não existe ação humana que não seja individual, e o individuo deve ser respeitado em sua totalidade. É ele o ator do processo social, ele quem introduz melhorias, e ele quem deve colher os frutos dos seus feitos.

Não existe ação mais elevada que o egoísmo empresarial: ao focar apenas em si, o empresário fornece, para os consumidores, diversos produtos que antes não lhes eram ofertados. Pouco importa se o fundador da Coca-Cola, da Apple ou da Mercedes-Benz eram egoístas – o que é relevante é que ao fundarem suas empresas, proporcionaram aos consumidores itens até então inimagináveis. E é por isso que o egoísmo empresarial é a atitude mais “caridosa” que existe: ele é o verdadeiro empoderamento dos indivíduos, ao melhorar a condição de todos devido às ambições dos capitalistas!

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Revisado por Matheus Pacini.

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