Felicidade requer virtude

A condição de sermos seres vivos dá ao ser humano uma alternativa inescapável e óbvia: viver ou morrer. Sobreviver e prosperar estão condicionados por sua natureza e relação com a realidade. É inevitável.

  • Queira ou não, o homem possui uma consciência que percebe a realidade e que é capaz de fazer uma escolha básica, a de pensar ou não.
  • Queira ou não, a faculdade de pensar é a sua principal ferramenta de sobrevivência. Ela dita como ele lida com si mesmo e com o mundo.
  • Queira ou não, o sol vai nascer diariamente. As coisas irão cair se soltarmos elas no ar. As coisas são o que são.
  • Queira ou não, as coisas que existem obedecem às suas próprias naturezas. A lei da causalidade existe.
  • Queira ou não, o homem escolhe a partir de uma gama de infinitas opções. Ele escolhe com o pensamento e faculdade conceitual, não com o instinto ou a nível perceptual. O homem é um animal racional.

Adequar-se à sua natureza humana e à realidade tornam-se, então, pré-requisitos básicos, se a escolha é viver como homem e ter uma vida recompensadora ao longo de sua existência. A escolha de viver como homem implica que, para qualquer decisão a ser tomada, o padrão a ser seguido é a manutenção e florescimento da vida conforme a própria natureza no período de vida da pessoa… presente e futuro.

Sendo a vida humana condicional e dependente de escolhas, a escolha de valores torna-se fundamental para guiar as ações do homem em torno de propósitos e não de forma arbitrária, sem rumo.

Um valor é tudo aquilo que se age para obter e/ou manter. Repare que seres humanos são únicos no campo da ação. Como seres volicionais e dotados de uma faculdade conceitual, suas ações são guiadas por valores escolhidos. Valores devem ser racionais e não contraditórios, haja vista sua existência como ser integrado, corpo e mente. Portanto, valores podem ser materiais (abrigo, comida, carro) ou abstratos (autoestima, propósito, razão, amizade), etc.

Essa busca por valores implica a necessidade de virtude. A virtude é a ação pela qual o humano conquista seus valores. As virtudes, se descobertas e entendidas, irão determinar a possibilidade de conquista e manutenção de valores.

Imagine um homem sozinho em uma ilha ou cidade: ele precisa agir para sobreviver. As opções de ação são incontáveis. A todo momento, o homem escolhe. As virtudes guiam a sua mente, integrando o curso de sua vida de forma que ele haja para o florescimento, e não destruição, dela.

  • Como obter conhecimento sobre a realidade e criar valores adequados a sua sobrevivência sem ser racional (racionalidade)?
  • Como agir e existir, sem ter alinhamento total com a realidade ao seu redor, ou seja, sem ser honesto (honestidade)?
  • Como ser o dono da própria vida sem assumir a total responsabilidade de pensar e agir, isto é, sem ser independente (independência)?
  • Como obter comida, abrigo e os bens materiais necessários sem ser produtivo (produtividade)?
  • Como sobreviver sem conformidade com a própria consciência, ou seja, sem ser íntegro (integridade)?
  • Como julgar a si próprio e outros sem saber diferenciar o corrupto do honesto, o vilão do herói, sem ser justo (justiça)?
  • Como conquistar autoestima e ter a convicção de que você é seu maior valor e constrói sua alma e destino, sem se orgulhar de si mesmo (orgulho)?

E chegamos ao ponto principal e o destino ideal de toda a ação: a maior conquista humana, a felicidade. O homem feliz reconhece suas virtudes e a aptidão para existir no mundo. O homem feliz conquistou valores. Conquistou razão, autoestima e propósito. Ele tem uma mente integrada a princípios básicos de sobrevivência e é eficaz na existência de forma não contraditória. Ele reconhece que o mundo é acessível ao seu entendimento e, portanto, considera-o um mundo benevolente. Ele sabe que nada disso está em conflito, e que o sentimento é não contraditório, já que se alinha à sua natureza. 

Ele merece ser feliz e sabe disso. A felicidade não é sem causa. Ele a conquistou. Ele também sabe que ser feliz não significa a ausência de dor, mas sim a conquista da vida.

A virtude é o que torna o homem bom. O homem capaz de reconhecer e ter virtudes é aquele que experimenta amar e ser amado. A felicidade não é obtida por capricho ou por simples decisão de ser feliz. A felicidade não pode ser contraditória com a natureza humana e a realidade ao seu redor. A felicidade requer virtude.

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Revisado por Matheus Pacini

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