Faz sentido falar de “capitalismo selvagem” ou “capitalismo de estado”?

A expressão “capitalismo selvagem”, assim como “capitalismo de estado”, são tentativas de corromper o conceito “capitalismo”, unindo a ele outros conceitos que formam contradições nos termos.

Quem usa essas expressões confessa desconhecer o que significa exatamente capitalismo e qual a relação deste sistema político-econômico com coisas como relações selvagens numa sociedade ou relações interpessoais ditadas pelo estado.

Capitalismo nada mais é do que o sistema em que há respeito pelos direitos individuais de forma a se criar um ambiente fundado sob pilares como a livre iniciativa, a propriedade privada e o Estado de Direito, constituído por leis objetivas que limitam a iniciação do uso da coerção, seja por parte de particulares, seja por parte do próprio governo.

Uma sociedade estabelecida a partir de um sistema capitalista jamais será uma sociedade cujas relações interpessoais podem ser adjetivadas de “selvagens”. Na selva, a luta pela sobrevivência não tem regras, a não ser a de que vence o mais forte inapelavelmente. É como na anarquia ou nos regimes totalitários, onde o poder coercitivo dita arbitrariamente quem vence e quem perde num jogo de soma zero.

No capitalismo não é assim que funciona, se as instituições cumprirem seu papel de extirpar a violência do seio da sociedade. As relações são consensuais, voluntárias, espontâneas, livres para haver criação de valor almejando benefício mútuo das partes envolvidas, realizadas sob a proteção do estado.

“Capitalismo selvagem” é uma figura de linguagem usada pelos estatistas para denegrir o capitalismo real e verdadeiro.

O mesmo se pode dizer de “capitalismo de estado”, expressão utilizada pelos covardes intelectuais que não conseguem balbuciar palavras como fascismo, nome correto para o sistema político em que o governo concede à iniciativa privada a propriedade dos meios de produção como se fossem privilégios cuja contrapartida é o controle estatal sobre as operações através de ampla e minuciosa regulação, e também, principalmente, acompanhada de uma taxação exorbitante que define claramente o caráter mafioso do agente estatal.

Sempre que você ouvir alguém usar “capitalismo selvagem” ou “capitalismo de estado”, se você preza pelo capitalismo em seu sentido original, é um dever moral manifestar-se para dar um basta nesse atentado contra o mais importante meio de subsistência que a humanidade desenvolveu, a teoria dos conceitos e a linguagem, sem os quais, pensar seria uma tarefa impossível, o que nos tornaria seres selvagens, primitivos, do tipo que os pós-modernistas ou qualquer outro corruptor de conceitos e significados gostaria de nos transformar.

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Revisado por Matheus Pacini.

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