Existem liberais e ‘liberais’

Se você secundariza alguns princípios fundamentais como o de que a vida requer liberdade para que cada um possa pensar, agir e usufruir os frutos de seu trabalho como quiser, e que uma pandemia concede ao governo o direito de suspendê-los por completo, então, você não é liberal.

Se, no caso de um pandemia, você acredita que cada um de nós se torna um agressor em potencial e que, portanto, todos devem ficar quarentemados, não importando o seu estado de saúde, secularizando o princípio da presunção de inocência que diz que ninguém é culpado até que haja prova em contrário; que a prova que evidencia se alguém é um agressor em potencial ou não são os testes de anticorpos ou de DNA/RNA que determinam se a pessoa está ou não infectada, isentando o governo do ônus da prova, então, você não é um liberal.

Se você acredita que, pelo bem da sociedade, o governo pode ordenar à população o que fazer – como no caso de proibição do trabalho – e que os que não cumprirem devem ser presos sumariamente ou multados, significa que você secundariza o princípio do devido processo legal, então, você não é um liberal.

Se você acha que o governador pode, a seu bel prazer, emitir decretos draconianos que sustam direitos fundamentais e violam direitos individuais, sem consulta aos parlamentos ou à revelia da Constituição, significa que você secundariza o estado de direito, então, você não é um liberal.

Se você acha que, em nome do “bem comum”, governos municipais, estaduais e federal podem confiscar bens e cassar direitos de propriedade para atender necessidades por eles consideradas essenciais, em detrimento dos interesses e contratos estabelecidos voluntariamente no seio da sociedade, significa que você secundariza a instituição da propriedade privada e dos contratos particulares, então, você não é um liberal.

Se você acha que cabe ao governo prover educação, saúde, previdência e sustento aos cidadãos com recursos extorquidos da sociedade via um estado de bem-estar social, significa que você secundariza a responsabilidade de cada indivíduo por sua vida como um ser racional, adulto, livre e independente, então, você não é um liberal.

Se você acha que a defesa da liberdade e da propriedade privada é direito restrito àqueles que passaram até algumas semanas atrás atacando Bolsonaro por ele ser autoritário e não vê hoje que, na realidade, parece que os autoritários são os prefeitos e os governadores dos estados, significa que você secundariza a primazia da realidade, colocando suas próprias razões por cima dos fatos, então, você não é um liberal.

Se você acha que medicamentos não podem ser prescritos por médicos, independente da autorização de agências do governo porque, afinal, “quem vai cuidar da saúde dos pacientes?”, significa que você é a favor do planejamento central e contrário ao princípio da dispersão do conhecimento existente numa sociedade livre e aberta à inovação, então, você não é um liberal.

Se você acha que o PCC chinês é o único responsável pela falência das sociedades ocidentais que adotaram o coletivismo estatista como doutrina, significa que você não conhece o poder do capitalismo radical, então, você não é um liberal.

Eu sou um liberal convicto, um capitalista radical que sabe que, se depender do governo, sairemos dessa crise muito mais pobres e com muito mais mortos do que se acreditássemos mais nos processos de mercado do que nele, deixando-o – exclusivamente – cuidar apenas da proteção dos direitos à vida, à liberdade e à propriedade dos indivíduos. Da busca da felicidade, nós, individualistas, nos encarregamos.

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Revisado por Matheus Pacini.

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