A vida não é um retrato

Winston Ling é um dos líderes do movimento liberal brasileiro.

Outro dia, ele comentou que os marxistas não conseguem entender a sociedade como um organismo em constante mudança, uma ordem espontânea que cria uma dinâmica incessante, com possibilidades e resultados infinitos. Um filme sem enredo prévio, sem início, meio ou fim.

Os marxistas enxergam a sociedade como uma fotografia.

Todos os elementos e os agentes econômicos aparecem congelados na situação em que se encontravam no instante em que a foto foi tirada. Ao olharem essa fotografia, tiram as mais variadas conclusões, todas elas presumidas, incompletas e distorcidas.

Por falta de racionalidade, eles não captam como cada um dos elementos foi criado, como os agentes econômicos chegaram nessa situação, o que fizeram para chegar ali, o que estão pensando, criando e decidindo sobre o caminho que seguirão.

Para eles, não importa se aquele sujeito que está pobre, já foi miserável, mas ascendeu na sociedade. Tampouco importa se ele era rico e faliu. Não interessa se o sujeito que está rico, foi pobre e enriqueceu.

A primeira coisa que os marxistas pensam ao analisar a sociedade é: “Assim como está, não dá. Vejam quanta injustiça!”

Para os marxistas, aquele sujeito que está pobre, ficou assim por culpa do rico.

Os marxistas não conseguem enxergar a vida em sociedade como um filme que retrata as idas e vindas dos indivíduos que a compõem, com todas as suas interações.

Parecem não conseguir entender que a ordem espontânea responderá com fortuna a quem criar quantidade idêntica de valor para os demais. Da mesma forma, responderá com a pobreza a quem nada proporciona, ou já não proporciona mais nada para os outros.

Os marxistas não enxergam o filme, não compreendem o roteiro, não percebem a interação dos atores e as idas e vindas de seus papéis. Para eles, quem está ali, ali ficará – para sempre. Aquela massa congelada na fotografia não tem identidade, não tem rosto, não tem origem, não tem destino.

Os marxistas então, decidem, eles mesmos, escrever um roteiro, distribuir os papéis, promover as mudanças, provocar o fluxo, designar o sentido e a direção das flutuações, de forma arbitrária, não espontânea, como se esta já não estivesse ocorrendo.

Para os marxistas, é muito mais divertido recortar uma fotografia com uma tesoura, rearranjando-a para deixá-la como eles querem que fique que deixar o filme rodar. Se as peças não se encaixarem, não importa, já que descartam as que lhes forem inconvenientes.

Será que Marx mudaria sua visão se tivesse conhecido o cinema que só foi inventado 12 anos após sua morte? Impossível saber. Provavelmente, não.

O que se sabe é que os filmes e as fotografias das épocas em que os marxistas foram protagonistas só retrataram tragédias. Quando não retraram tragédias, mostraram mentiras.

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Revisado por Matheus Pacini.

Publicado originalmente em Instituto Liberal.

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