A única cura para o racismo

Se a diversidade é a cura para o racismo, por que, em vez de promover a harmonia social, ela trouxe divisão e conflito raciais?

Hoje é tomado como um axioma virtual que a forma mais eficaz para curar o racismo é a adoção de diversidade étnico-racial dentro de corporações, universidades, agências governamentais e outras instituições. O movimento da diversidade tem diversas vertentes: (i) no mercado de trabalho (treinamento e contratação), (ii) no marketing (propagandas) e, até mesmo, (iii) nas universidades (alojamentos e organizações específicas). A característica comum de todas essas facetas é a preferência racial.

Se diversidade é a cura para o racismo, por que, em vez de promover harmonia racial, ela trouxe divisão e conflito raciais? A resposta não é difícil de descobrir. O fato incontestável é que você não pode curar racismo com racismo. Aceitar a premissa da diversidade significa pensar em termos de raça, e não de caráter ou mérito individuais. Tirar empregos de um grupo A de modo a compensar um grupo B por injustiças causadas por um grupo C que foi maltratado por um grupo D em algum ponto da história (digamos, na época da escravidão) é um total absurdo, e não promove a justiça; em vez disso, faz o contrário. Selecionar um grupo como foco de favores especiais (ação afirmativa) alimenta ressentimento injustificado e alimenta o preconceito dos verdadeiros racistas. Pessoas são indivíduos; não são partes intercambiáveis de um coletivo amorfo.

Considere um exemplo concreto, porém ficcional. Suponha que, desde sua criação em 1936, a corporação XYZ recuse-se a contratar homens ruivos devido a uma excentricidade de seu fundador. O fundador falece, e a diretoria iluminada decide que algo “positivo” deve ser feito para compensar as injustiças do passado. Ela anuncia que, daí em diante, ruivos terão preferência em qualquer processo seletivo. Observe que: “isso não ajudará as vítimas reais – os ruivos previamente excluídos; (2) os ruivos agora favorecidos não foram vítimas de discriminação, ainda assim, beneficiam-se injustamente dessa nova política; (3) os não ruivos hoje excluídos do processo seletivo devido à preferência aos ruivos não causaram a discriminação anterior e são, hoje, vítimas dela. A solução adequada seria, obviamente, por fim à discriminação com base em fatores irrelevantes. Embora o viés aos ruivos não seja um problema social, o princípio não muda quando você substitui a cor do cabelo pela cor da pele.

A solução tradicional e, essencialmente, correta para o problema do racismo têm sido ignorar a cor da pele. Mas esse princípio bem-intencional aborda a questão do ponto de vista negativo. O princípio correto é o da consciência da individualidade. Na esfera do trabalho, só existem três aspectos essenciais no processo de contratação: (1) a pessoa tem habilidade relevante e conhecimento (ou a capacidade de aprendizado rápido)? (2) a pessoa está disposta a exercer o esforço necessário? E (3) a pessoa tem bom caráter, isto é, honestidade, integridade?

Argumenta-se que a visão acima é muito “idealista”, pois as pessoas, sim, julgam pessoas com base em atributos não essenciais como cor de pele, gênero, religião, nacionalidade, etc. Obviamente, isso acontece. Mas a solução não é abandonar o ideal, mas implementá-lo consistentemente. Assim, o treinamento organizacional deveria focar não no culto à diversidade, mas em como medir objetivamente habilidade, motivação e caráter dos seres humanos.

A alternativa apropriada à diversidade, isto é, ao foco no coletivo, é focar no indivíduo e trata-lo de acordo com seu mérito. Os americanos sempre odiaram o conceito de realeza, isto é, a concessão de status ou privilégio com base na casta hereditária de um indivíduo, haja vista que contradiz o princípio de que o que conta são as conquistas de cada indivíduo. Os americanos deveriam abominar o racismo, sob qualquer forma, pela mesma razão.

Com algumas poucas exceções heroicas, como Nucor Corporation e Cypress Semiconductor, que resistiram às pressões de cotas, os empresários (segundo os intelectuais) têm sido perseguidos por pensar que existe uma alternativa à diversidade. Sua crença – de que você pode curar o racismo com cotas raciais – é uma jornada sem esperança com nada além de conflito crescente, e injustiça como resultado. É hora de os empresários encontrarem a coragem de se impor e defender o único antídoto verdadeiro ao problema do racismo: o individualismo.

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Traduzido por Matheus Pacini

Publicado originalmente em Ayn Rand Institute.

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